As contratações no setor de serviços, indústria e construção civil puxaram a alta do emprego formal no mês passado. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados hoje, 209.425 postos de trabalho foram criados em fevereiro, o melhor número para o mês desde 1992. Na análise do economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio, nos próximos meses, o mercado continuará contratando, mas é preciso ficar atento à inflação.
- O mercado de trabalho está reagindo bem e, aparentemente, por causa do aumento do crédito e do programa Minha Casa, Minha Casa (que absorve mão-de-obra na área da construção civil), essa situação deve continuar. A demanda forte significa aumento do emprego, mas quando isso é muito rápido, pode gerar pressão inflacionária via aumento de salário - explica o economista.
O número de fevereiro impressiona quando é comparado com o resultado do mesmo mês de 2009 (9.179 empregos), época em que a crise financeira produzia estragos na economia real.
De acordo com o Caged, nos dois primeiros meses deste ano já foram geradas 390.844 vagas em todo o país. No mês passado, a criação de postos de trabalho foi liderada pelo setor de serviços (85.607), indústria (63.024) e construção civil (34.735 empregos).
- O setor de serviços está respondendo à demanda de turismo, a indústria cresce porque precisa repor os estoques, que estão baixos, e a construção civil está sendo alavancada pelas obras do PAC. Nenhum empresário contrata se não estiver lucrando e se não estiver com boas perspectivas de crescimento econômico - afirmou o ministro do Trabalho, Carlos Lupi.