No final do ano passado, o Canadian University Application Centre (CUAC), consultoria educacional que representa oito universidades canadenses, como a University of Victoria, abriu um escritório na capital paulista. O objetivo é mostrar aos estudantes daqui que vale a pena estudar no Canadá. Responsável pelo escritório, o canadense Daniel Zaretsky, de 49 anos, conversou com o Estadão.edu.
Por que o CUAC inaugurou escritório aqui?
O Brasil é altamente atraente. No continente americano, tirando os EUA, o Brasil é o país mais proeminente no mercado. É um país populoso, no qual há uma grande possibilidade de formação de profissionais. Trata-se de uma combinação perfeita: No Canadá temos oportunidades e não temos os profissionais; no Brasil é o inverso, o mercado é aquecido de profissionais.
Brasileiros que desejam estudar fora do País em geral escolhem os EUA e a Europa, onde estão as escolas com grife. Por que os estudantes escolheriam as universidades canadenses, menos conhecidas?
Isso é relativo. Na Europa, as universidades canadenses são famosas. Não há conhecimento das universidades e de sua excelência aqui no Brasil, mas isso vai mudar.
Quais benefícios estudante pode ter no Canadá?
O sistema canadense é ligado à experiência profissional desde o início da vida acadêmica. Quando o aluno está no bacharelado, faz estágio obrigatório, pois deve sair com experiência da universidade. No caso do mestrado, também. No final de um ano e meio a dois, período de duração dos mestrados, ele faz estágio remunerado. Todas as universidades têm parceria com empresas, esse é um dos aspectos que diferenciam o sistema canadense: oferecemos experiência. Para alguns programas de graduação, o trabalho começa no primeiro ano do bacharelado. São quatro meses dedicados ao estágio remunerado, pelo qual o estudante pode ganhar cerca de R$ 15 mil. É um salário normal, não de estagiário. No mestrado, o estudante pode chegar a ganhar até R$ 25 mil pelos quatro meses de trabalho. Quero enfatizar que essas experiências não são um extra do programa: elas são parte do programa da graduação.
Muitos vão com a ideia de melhorar as habilidades no idioma inglês. Qual a importância da internacionalização dos estudos?
É bom que os estudantes tenham desejo de estudar línguas. Canadenses não têm motivação de aprender outras línguas, nem mesmo o francês, que é uma dos idiomas falados aqui. É importante que eles façam as aulas de inglês. Mas há oportunidades de ter educação superior aqui.
Sabe-se que o Canadá precisa de mão de obra. Os estudantes podem continuar no país trabalhando depois do curso?
Se eles ficarem é bom, podem ter uma experiência maior com a língua e com a cultura. Vou explicar melhor como funciona o trabalho durante os cursos de graduação: todo estudante pode, logo ao chegar ao câmpus, começar a trabalhar dentro do câmpus. Seis meses depois disso, pode trabalhar fora do câmpus. Depois de dois anos vinculado à universidade, pode conseguir um visto de trabalho válido por 3 anos - sem necessariamente ter um emprego. Depois de um ano de trabalho após a graduação, é possível ganhar um visto permanente que dá todos os direitos dos cidadãos canadenses, exceto votar e ter um passaporte.
Onde ficam as universidades representadas pelo CUAC?
Há universidades em Toronto, Montreal e em outras cidades por todo o país. A maioria delas fica perto da fronteira com os Estados Unidos.